sábado, 8 de julho de 2017

Lágrimas em chocolate

Na calmaria sufocante e no silencio solitário da madrugada, busco refúgio no doce
Tentativa tola a minha 
Lágrimas rolam em cima daquela mistura diabética
E eu gostaria muito que ela, a minha menina interior estivesse aqui, pra me emprestar um pouquinho da sua doçura e da sua esperança
Sou uma cena triste e melancólica de um cego mascando chiclete, como em um dos contos de Clarice, trituro a palha italiana em minha boca, mas não consigo sentir seu sabor açucarado
O máximo que obtenho são vislumbres de sua doçura, mas que logo se perdem em minha vastidão
Ontem me encontrei com voce enquanto a menina-mulher dormia 
Éramos a melhor versão de nós mesmos, um encontro de potencias inteirinhas ali se manifestando, nossos espíritos
Éramos o que ainda nos tornaremos um dia, mas, ainda sim, éramos eu e voce
Duas figuras nuas, lindas, estabelecendo uma ligação e comunicando uma a outra o quanto seus possuidores ainda não estavam prontos para receber um ao outro, mas que um dia virão a se encontrar de verdade
As duas almas não tinham medo, nem dúvidas, elas eram o amor todinho
Quando é dia, a menina-mulher acorda e se pergunta angustiada: ''Mundo, mundo, vasto mundo, será que algum dia a gente ainda vai se encontrar?''
Em algum lugar dentro dela, seu espírito responde: ''as almas entendem-se entre sí, mesmo em silencio!'.

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